Professor Sérgio Bezerra: novembro 2009

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE realizou no seu Auditório em Brasília – DF, no período de 17 a 19 de novembro de 2009, o 1º Seminário Nacional “Saúde dos (as) Trabalhadores(as) em Educação da CNTE”. O Sindicato APEOC se fez presente através do seu Vice-Presente e Suplente da Diretoria da CNTE, Professor Juscelino Cunha e o Secretário para Assuntos Educacionais, Professor Sérgio Bezerra.

O Seminário teve início às 14 horas com a presença do Secretário Geral da CNTE, Denilson Bento da Costa agradecendo a presença de todos e desejando sucesso ao evento, que teve como tema da 1ª mesa “Saúde e Cidadania no Trabalho Escolar: do Real ao Necessário”, o Secretário de Saúde da CNTE, Alex Santos Saratt coordenou os trabalha que iniciou com a técnica do Dieese, Eliana Elias apresentando a pesquisa “Perfil, condições de Trabalho e Saúde dos Professores do Estado de São Paulo”, a pesquisa mostrou que as principais causas de sofrimento no exercício do trabalho apontadas pelos professores foram: superlotação de salas de aula (72,6%); falta de material didático (67,3); dificuldade de aprendizagem dos alunos (64,9% ); jornada de trabalho excessiva (64,5%); violência na escola (62,4%), e as principais queixas dos professores entrevistados com relação a sua saúde foram: cansaço (79,7%); nervosismo (61,1%); problemas com a voz (57,1%); dores nas pernas (56,3%); ansiedade (55,2%); dores de cabeça (53,9%); e, fadiga/cansaço (52,1%).

Professores, Juscelino Cunha, Vice-Presidednte APEOC e Sérgio Bezerra, Secretário para Assuntoxs Educacionais da APEOC

Seguido o tema houve a apresentação do Professor Herval Pinha Ribeiro(UNIFESP) com o tema “Relações de Trabalho com a Saúde e a Cidadania”, o professor Herval destacou que hoje a intensidade de pressão é muito maior sob o trabalhador e assim as doenças do trabalho são diferentes dos antigos trabalhadores, já que as indústrias se automatizaram e hoje 65% dos trabalhadores estão na área de serviço.
Hoje os processos ou causas são as mesmas em todas as categorias que tem sempre a mental como a primeira causa e a segunda ossosmusculares pela postura e/ou sentar-se. A vantagem é a possibilidade da união de todas as categorias e sindicatos na defesa da saúde dos trabalhadores. “O jornal Folha de São Paulo afirmou em matéria que 45% (quarenta e cinco por cento) da população de São Paulo sofrem de transtorno mental, ou os trabalhadores se apropriam do conhecimento ou vão continuar recebendo migalhas do capital, o trabalhador tem que antever através do conhecimento para levar vantagens nas negociações, pois os empresários e governos têm informações e estudos sobre os trabalhadores e não publicam. Com relação aos trabalhadores públicos percebemos que os mesmos deixam de ser trabalhador para ser servidor e/ou servo do governo e não tem interesse sobre a sua situação. Os professores devem lutar por outras coisas além do salário ou estarão sempre sendo servo do capital, você corre o risco de afirmar que o problema de voz é do professor, você está aceitando como se fosse uma coisa natural e não é assim porque se assim fosse o professor é um escravo, como exemplo é o caso da tuberculose que foi praticamente extinta com a melhora das condições de trabalho. Temos que ter a compreensão que o servidor é para servir a sociedade é necessário ter essa consciência.” Os sindicalistas têm que se apropriar do conhecimento, todos os sindicalistas têm que assumir o problema de saúde como questão de estratégia, os interlocutores com outros sindicatos devem sensibilizar os dirigentes sabendo o que quer para os trabalhadores. O investimento é formar servidor com produção científica e aprofundamento teórico, vendo o governo como um empregador, e a compreensão de uma destinação social do seu trabalho, vendo o outro como cidadão que depende de você no atendimento de suas esperanças e ansiedades e na construção de uma sociedade melhor. O professor Herval encerrou sua participação deixando algumas reflexões: a) É impossível manter a previdência e a assistência a saúde com a contribuição dos trabalhadores vamos pensar mais além; b) O que gera doença são as relações do trabalho entre o trabalhador e os empregados; e c) Temos que trabalhar os conceitos para universalizar na luta em defesa dos nossos direitos unindo todos os trabalhadores numa política de promoção da saúde ou não chegaremos onde queremos.

Eliana Elias (DIEESE), Professor Herval Pina Ribeiro (UNIFESP) e Alex Santos Saratt, Secretário de Saúde da CNTE

A agenda nos processos de negociação coletiva/data-base: intervenção das entidades de base, pauta de reivindicações, ações desenvolvidas, políticas públicas para saúde dos trabalhadores em educação. Os informes sobre a temática foram:
a) Alguns sindicatos não têm a Secretaria de Saúde;
b) Um problema comum em todos os estados são os professores readaptados por problema de saúde;
c) Limites ao atendimento as consultas médicas e serviços pelos institutos dos estados e municípios;
d) Falta de pesquisa nos estados e municípios sobre os problemas de saúde dos trabalhadores da educação;
e) A categoria está doente e financia a sua saúde, e,
f) Governos criando gratificações que os trabalhadores perdem ao tirarem licenças médicas ou atestados médicos, obrigando os mesmos a trabalharem sem condições normais de saúde.

No dia 18/11/09 o Tema NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO –NTEP o conferencista foi o Professor WANDERLEY CODO - UNB. O trabalhador da educação hoje está associado aos problemas emocionais, porém o número de caso é diferente entre as escolas, assim o FAT – Fator Acidentário do Trabalho é maior nas escolas profissionais. Os trabalhadores da Educação das escolas públicas e privadas apresentam um percentual de 18% de casos OSSOSMUSCULARES e 13% com professores acometidos de TRANSTORNO MENTAL. “É necessário um acompanhamento sobre o que está acontecendo em relação a saúde do trabalhador/servidor para se apoderar do conhecimento os trabalhadores e/ou sindicados.”

Professor Wanderley Codo (UNB) e Alex Santos Saratt, Secretário Saúde da CNTE

O tema VISÃO DAS CENTRAIS SINDICAIS SOBRE A SAÚDE DOS TRABALHADORES (em geral, do serviço público e da educação pública) foi ministrado por DARY BECK FILHO (Diretor Executivo da CUT Nacional) e pela Professora MARILENE BETROS (Dirigente Nacional da CTB).
A Professora Marilene Betros apresentou a visão da CTB sobre a saúde do trabalhador iniciou falando que a crise do capitalismo sempre trás demissões, flexibilização de direito e redução de salários e que o capital está sempre na busca de novas normas de gestões para manter seu nível de acumulação. A crescente precarização da saúde do trabalhador decorre do número excessivo de horas trabalhadas e o rítmo acelerado no trabalho favorecendo o adoecimento dos trabalhadores. Falou das fontes normativas do direito à saúde do trabalhador. Ressaltou do desdobramento na estruturação e valorização social da atividade docente.

Dary Beck Filho, Diretor Executivo da CUT, Fátima da CNTE e Professora Marilene Betros, Dirigente Nacional da CTB

O Diretor Executivo da CUT Nacional, Dary Beck Filho iniciou ressaltando que devemos defender a promoção da saúde institucional o SUS e os sindicatos melhorar sua ação no local de trabalho visando melhorias. Com relação as pesquisas as bases mais confiáveis são do INSS porém atente apenas os trabalhadores da iniciativa privada, CLT.
Os Trabalhadores da Educação tem que fugir dos debates reativos, ou seja se muitos trabalhadores reclamam da voz então vamos contratar ou lutar por atendimento fonoaudiólogo.
A violência organizacional é quando uma determinação do patrão ou governo atinge a todos os trabalhadores e trabalhadoras, e a maior violência é o assédio moral.
A informação é diferente do conhecimento e os trabalhadores(as) e os sindicatos têm que se apropriarem do conhecimento para fortalecer suas lutas e não justifica juntar a previdência e a saúde o importante é fortalecer o SUS.
Não podemos avançar muito nas nossas reivindicações sem antes resgatar a nossa valorização e respeito por parte dos governos, a nossa auto-estima e a solidariedade entre os trabalhadores da educação.

Professor Juscelino Cunha, Vice-Presidente da APEOC dando sua contribuição no Seminário

O professor Clayton Assis Lopes Fontoura, Terapeuta Ocupacional, iniciou sua fala relacionando as principais queixas dos trabalhadores da educação como: insônia, estresse, dor de cabeça, carga horária elevada, perda de energia, câimbras, insatisfação, dor nos braços, ansiedade, dor muscular, problemas de voz, impaciência, dor na coluna, humor deprimido, o que temos que apostar é na qualidade de vida dos trabalhadores da educação é uma estratégia para garantir sua satisfação pessoal e melhor qualidade de ensino
} Devido à demanda intensa de atividades dos profissionais, muitas vezes, deixamos de refletir sobre a nossa saúde e adoecemos.
} Neste ritmo desenfreado, vemos hoje a incidência de pessoas estressadas e doentes.
} Se o estresse se prolonga por muito tempo e não detectamos, o organismo se cansa em excesso e o indivíduo começa a sofrer tal desgaste.

Ministrar aulas por tempo prolongado, em pé, gera sobrecarga na coluna e fadiga na musculatura.
} LER: Lesões por Esforços Repetitivos.
} Pode ser secundária a outras atividades que não o trabalho como: atividade de lazer ou do cotidiano.
} DORT: Distúrbios Osteo musculares Relacionados ao Trabalho.
} Identifica-se a origem ou causa do problema como sendo o trabalho ou ocupação;

FATORES LER E DORT EM PROFESSORES
} Individuais e pessoais: habilidades motoras, idade e sexo (M) ou (F).
} Físicos: uso de força excessiva, repetição de movimentos e postura inadequada. Escrever no quadro acima de 90º (braço acima do ombro).
} Ambientais: temperaturas extremas, à iluminação inadequada e os ruídos.
} Organizacionais/psicossociais:
Estrutura do trabalho; Supervisão; Remuneração; Hierarquia.
} Sexo: Mulheres, alterações hormonais/ dupla jornada de trabalho - casa/ escola.

SINTOMAS
} Dor; Mal estar; Parestesia; Fadiga Muscular; Sensação de peso; Sobrecarga na coluna;
} Processos inflamatórios em tendões, ligamentos, bursas sinoviais, entre outros.

Professores Sérgio Bezerra e Juscelino Cunha

PRINCIPAIS PATOLOGIAS
} Lordose lombar/cervical:
} É o aumento anormal da curva lombar ou cervical levando a uma acentuação (hiperlordose).
} A dor nas costas em pessoas com aumento da lordose ocorre durante as atividades que envolvem a extensão da coluna, tal como o ficar em pé por muito tempo.
} Varizes; Bursite; Asma ocupacional; Alergia ocupacional; Inchaços dos ombros; Problemas nas articulações do cotovelo; Síndrome do túnel do carpo, entre outros.

ALTERNATIVAS
} Estudo dirigido;
} Uso de plataformas;
} Aulas menos teóricas;
} Resumo de conteúdo;
} Material de apoio: retroprojetor, data show e DVD.

TRANSTORNOS DA VOZ
} Laringite: Inflamação da laringe. A laringe está localizada na parte superior das vias respiratórias que chegam até os pulmões (traquéia) e é onde se encontram as cordas vocais.
} Sintomas: rouquidão, catarro, tosse, dificuldade em engolir, febre, congestão nasal, problemas respiratórios.
} Causa: infecção viral ou uso elevado da voz.
} Tratamento/prevenção: (caso viral- medicamentoso). Hidratação, água temperatura ambiente.
} Ambiente arejado. (sala de aula).
} Disfonias: é um distúrbio de comunicação caracterizado pela dificuldade na emissão vocal. (sintoma presente na laringite ou gripe). Afonia: perda parcial ou total da voz.
} Causas: uso exagerado da fala. sinusite, infec. Resp. problemas com a tireóide, refluxo gástrico e até problemas emocionais.
} Sintomas: dificuldade em manter a voz, variação na qualidade vocal, cansaço ao falar, variações da frequência, rouquidão, perda da eficiência vocal e pouca resistência ao falar.
} Tratamento/prevenção: Evite falar acima de seu limite de voz e hidratação água temperatura ambiente.

SÍNDROME DE BURNOUT “Síndrome da Desistência do Professor”
Estresse, cansaço, fadiga e mau humor.
} Estes são sintomas comuns de quem cumpre longas jornadas de trabalho ou de quem não tem uma folga sequer para quebrar a rotina.
} O termo Burnout : burn= queima. out= exterior.
} Usado por profissionais da saúde para designar o estado elevado de stress (exaustão prolongada ou fadiga emocional), cuja causa é exclusivamente o ambiente de trabalho
} Burnout é geralmente desenvolvida como resultado de um período de esforço excessivo no trabalho.
} Iniciando com um sentimento de desconforto e sensação de realização pessoal reduzida.

Professofr Clayton Assis Lopes Fontoura (Terapeuta Ocupacional) e Alex Saratt da CNTE

BURNOUT : EXAUSTÃO EMOCIONAL
} Fracasso/ derrota/ desgaste; Desesperança; Esgotamento/ ausência de energia; Falta de motivação; Impaciência;

BURNOUT: DESPERSONALIZAÇÃO
} Desejo em não querer mais; Insensibilidade com pessoas de seu convívio profissional; Distanciamento; Ausência de confiança a pessoas de seu convívio profissional; Quebra do vínculo afetivo;

BURNOUT: ENVOLVIMENTO PESSOAL NO TRABALHO
} Baixa realização profissional; Sentimento de impotência; Sente que seu esforço/trabalho não tem sentido algum;Dificuldade em atingir seus objetivos/metas;
ETAPAS
} 1º - Cansaço Emocional - Sente-se sobrecarregado/ esgotado.
} 2º - Despersonalização - Sentimento de impotência, indefeso.
} 3º - Abandono da realização pessoal. Sentimento de incompetência/ ineficiência.

ESCALA: SINAIS DE ALERTA
} Leve: queixas recentes, dor de cabeça, lombalgia, cansaço, dificuldade de levantar pela manhã.
} Moderado: insônia, dificuldade de concentração, dificuldade nas relações interpessoais, diminuição da libido e pessimismo.
} Grave: diminuição notável da produção , sentimento de desgosto e baixa autoestima.
} Extremo: isolamento muito acentuado crise existencial, sentimento de fracasso, colapso, riscos de suicídio e quadros psiquiátricos.

SINTOMAS
} Físicos: esgotamento, fadiga, alteração do apetite, contraturas musculares dolorosas, cefaléia, disfunções sexuais, úlceras, insônia, mal estar indefinido e distúrbios gastrointestinais.
} Psíquicos: irritabilidade, impaciência, ansiedade, instabilidade emocional, sentimento de tristeza e desesperança, sentimento de culpa e fracasso, atitudes rígidas e inflexíveis/estressantes, falta de entusiasmo e interesse, dificuldade para se concentrar, atitude defensiva, conduta autodestrutiva, depressão e condutas impulsivas.
Realizar atividades de relaxamento como:
} Técnica de respiração; Técnica de meditação; Automassagem e Massagem em dupla;

Professor Clayton Assis, Alex Saratt e Professor Josa de Roraima

Com o tema AMBIENTE ESCOLAR: SUPERANDO A VIOLÊNCIA, O BULLING E A PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO.

Professor Roberto Heloani (UNICAMP) e Fátima da CNTE

Professor Sérgio Bezerra dando sua contribuição para o Seminário

Parte dos representantes dos estados e participantes do Seminário

O Presidente da Câmara Municipal de Umirim, Vereador Hamilton Pinheiro, realizou no útimo dia 13 de novembro de 2009 uma audiência para tratar sobre o Plano de Cargo Carreira e Salários do Magistério. Compareceram a audiência além do Presidente os vereadores, Paulo de Tarso, Presidente da Comissão de Educação da Câmara, Dedé, Irmão Branco, representando o Deputado Artur Bruno, o Professor Zezé, Secretário da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa do Ceará, representando o Prefeito, o Professor Jário, Secretário de Educação do Município de Umirim, o Senhor Paulo contador da Prefeitura, e o Senhor Irineu Assessor do Prefeito. Estiveram presentes o Secretário para Assuntos Educacionais do Sindicato-APEOC, Professor Sérgio Bezerra, e a representante do Sindicato Apeoc em Umirim, Professora Dialeda.

A Presidente das FETAMCE, Netinha e o Vereador Vicente de Paulo da cidade de Guaraciaba do Norte, e o Professor Barrozo, Presidente de um Sindicato local, também se fizeram presentes.

Ao Centro o Presidente Hamilton Pinheiro, e os Vereadores, Paulo de Tarso e Dedé, o Prefessor Sérgio Bezerra e o Assessor José Irineu e na tribuna o Professor Zezé

O Contador da Prefeitura, Paulo, O Secretário da Educação, Professor Jário, a Professora Dialeda, representante do Sindicato APEOC em Umirim e uma Diretora Escolar.